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VIVER BEM - AVC Sintomas

VIVER BEM - AVC, cada minuto importa na batalha pela dignidade e pela vida



Grande reportagem: sintomas, protocolo, reabilitação, autocuidado



 



Em um episódio de AVC, cada minuto é uma batalha para salvar uma vida, já que se não for tratada, a pessoa perde 1 milhão e 900 mil neurônios a cada 60 segundos. Por isso, o médico neurologista Luiz Henrique Stefano, especializado em Neurossonologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, fala sobre a importância de identificar rapidamente os sinais da doença.



A designer Fabiana Yumi Leonardi Cabreira sofreu um AVC e conseguiu reverter a situação graças à identificação e ao socorro imediato.



Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro – sendo o mais comum e correspondendo entre 80% e 85% dos casos; e o hemorrágico, quando um vaso (do tipo artéria, raramente uma veia) rompe e espalha sangue no cérebro, como explica Cristiana Goes, docente em Neurologia na Universidade Estadual do rio de Janeiro.



SINAIS. Ao suspeitar que alguém esteja tendo um AVC, é aconselhável pedir à pessoa para sorrir, observando se um lado do rosto permanece imóvel. Verifique também se ela consegue levantar ambos os braços para avaliar se um lado está mais fraco; e solicite que fale uma frase simples (“o céu é azul”) e verifique se apresenta a fala enrolada. “Ao perceber um desses sinais, o Samu (192) precisa ser imediatamente acionado como alerta o médico neurologista vascular, Arthur Pille, avaliador do projeto de certificação dos Centros de AVC da Organização Mundial contra o AVC, a WSO.



Em países desenvolvidos, programas baseados na adesão ao tratamento e na melhoria do estilo de vida tiveram uma redução no número de mortes. No Brasil, esse é um problema de saúde pública.



 



Existe uma relação entre níveis de cálcio no organismo, infarto e AVC. Um estudo conduzido na Faculdade de Medicina da USP com 120 pacientes voluntários mostrou uma relação entre o histórico de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e o risco de novas doenças vasculares. Os pesquisadores notaram que uma pessoa com parâmetro ou score de cálcio maior que zero corre mais risco de ter artérias doentes, mesmo que não manifestem nenhum sintoma, como explica a médica neurologista, Ana Luíza Vieira de Araújo, especializada em Doenças Cerebrovasculares.



 



 



SEQUELAS. As sequelas de um AVC podem ter uma evolução positiva com o tempo, mas essa resposta vai depender da área cerebral atingida. A docente em Enfermagem pela Unicamp, Ana Railka Oliveira Kamamura, comenta que a recuperação de cada pessoa depende de uma atitude ativa e autorresponsável  durante o período de recuperação, que realize as terapias de reabilitação, como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.



Esta é a doença que mais causa incapacidade no mundo: cerca de 70% das pessoas que sofrem um derrame não retornam ao trabalho depois do AVC e 50% ficam dependentes de outras pessoas para realizar as atividades cotidianas. No Brasil, as estatísticas também são desanimadoras.



PREVIDÊNCIA. Quem está tratando as sequelas provocadas pelo AVC possui os requisitos para receber os benefícios de auxílio-doença e aposentadora por invalidez porque, dependendo dos casos, fica temporariamente incapaz de trabalhar.  Para isso, o segurado deve estar em dia com as contribuições para a Previdência Social, como esclarece Ivandick Rodrigues, advogado, professor de Direito Trabalhista e Previdenciário, e doutor em Direito do Trabalho e Seguridade pela USP.



REABILITAÇÃO. A reabilitação multiprofissional avalia o nível de independência nas atividades diárias e autonomia no autocuidado de cada paciente, o que inclui a análise de assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas, psicólogos e nutricionistas.



Por isso, a reabilitação também depende do envolvimento dos familiares, uma rede de apoio essencial nesse momento de fragilidade e vulnerabilidade como alerta Ana Claudia Furhmann, que durante os estudos do Grupo de Pesquisa em Enfermagem e Envelhecimento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, elaborou um manual educativo para cuidadores e familiares de um paciente que sofreu um AVC.



AVC matou doze pessoas por dia em 2023 no Brasil. Uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo, o Acidente Vascular Cerebral foi a causa de morte de 109.560 pessoas no Brasil no ano passado. Os dados são da Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil).



A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a incapacidade como resultado da “interação dinâmica e complexa” entre condição de saúde, fatores pessoais e ambientais.



INFORMAÇÃO. O combate à desinformação é um fator importante para a prevenção ao AVC. Primeiro, as instituições de ensino investem em parcerias público-privadas para ter mais conhecimento técnico sobre os sinais do AVC e como pedir ajuda. Crianças e jovens de 6 a 14 anos de escolas do ensino fundamental no interior de São Paulo sabem reconhecer os sinais do AVC, porque geralmente eles passam o tempo com os avós após o período escolar, como destaca a coordenadora de uma escola municipal de Ensino Fundamental em Bauru, interior de SP, Andreia Anjos.



Outra forma de combater a desinformação envolve o treinamento de profissionais da saúde. A Sociedade Brasileira de AVC possui uma lista de hospitais da rede pública e particular de saúde considerados referência no diagnóstico e na assistência ao cuidado imediato a pacientes. Ao todo, são mais de 280 hospitais habilitados, com destaque para os estados de SP e Rio Grande do Sul.



Para isso, as instituições passam por uma avaliação e melhoria contínua para conquistar a certificação internacional que é gratuita – concedida pelo World Stroke Organization (WSO) como alerta o médico neurologista vascular, Arthur Pille, avaliador do projeto de certificação dos Centros de AVC da Organização Mundial contra o AVC, a WSO.



Atualmente, é concedida à hospitais da América Latina e Oriente Médio, depois, futuramente esse processo de certificação gratuito vai expandir para países da Ásia com foco em levar ao melhor grau de recuperação possível após o AVC.



Confira em https://avc.org.br/pacientes/hospitais-referencia-avc-brasil/ 



Amanhã, no segundo episódio da série especial sobre o AVC, a Unesp FM vai trazer informações sobre a batalha contra o tempo para evitar sequelas graves do AVC e também como uma iniciativa brasileira está repercutindo em outros continentes para capacitar profissionais de saúde e acreditar hospitais gratuitamente.



Grande reportagem: sintomas, protocolo, reabilitação, autocuidado



 



Em um episódio de AVC, cada minuto é uma batalha para salvar uma vida, já que se não for tratada, a pessoa perde 1 milhão e 900 mil neurônios a cada 60 segundos. Por isso, o médico neurologista Luiz Henrique Stefano, especializado em Neurossonologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, fala sobre a importância de identificar rapidamente os sinais da doença.



A designer Fabiana Yumi Leonardi Cabreira sofreu um AVC e conseguiu reverter a situação graças à identificação e ao socorro imediato.



Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro – sendo o mais comum e correspondendo entre 80% e 85% dos casos; e o hemorrágico, quando um vaso (do tipo artéria, raramente uma veia) rompe e espalha sangue no cérebro, como explica Cristiana Goes, docente em Neurologia na Universidade Estadual do rio de Janeiro.



SINAIS. Ao suspeitar que alguém esteja tendo um AVC, é aconselhável pedir à pessoa para sorrir, observando se um lado do rosto permanece imóvel. Verifique também se ela consegue levantar ambos os braços para avaliar se um lado está mais fraco; e solicite que fale uma frase simples (“o céu é azul”) e verifique se apresenta a fala enrolada. “Ao perceber um desses sinais, o Samu (192) precisa ser imediatamente acionado como alerta o médico neurologista vascular, Arthur Pille, avaliador do projeto de certificação dos Centros de AVC da Organização Mundial contra o AVC, a WSO.



Em países desenvolvidos, programas baseados na adesão ao tratamento e na melhoria do estilo de vida tiveram uma redução no número de mortes. No Brasil, esse é um problema de saúde pública.



 



Existe uma relação entre níveis de cálcio no organismo, infarto e AVC. Um estudo conduzido na Faculdade de Medicina da USP com 120 pacientes voluntários mostrou uma relação entre o histórico de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e o risco de novas doenças vasculares. Os pesquisadores notaram que uma pessoa com parâmetro ou score de cálcio maior que zero corre mais risco de ter artérias doentes, mesmo que não manifestem nenhum sintoma, como explica a médica neurologista, Ana Luíza Vieira de Araújo, especializada em Doenças Cerebrovasculares.



 



 



SEQUELAS. As sequelas de um AVC podem ter uma evolução positiva com o tempo, mas essa resposta vai depender da área cerebral atingida. A docente em Enfermagem pela Unicamp, Ana Railka Oliveira Kamamura, comenta que a recuperação de cada pessoa depende de uma atitude ativa e autorresponsável  durante o período de recuperação, que realize as terapias de reabilitação, como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.



Esta é a doença que mais causa incapacidade no mundo: cerca de 70% das pessoas que sofrem um derrame não retornam ao trabalho depois do AVC e 50% ficam dependentes de outras pessoas para realizar as atividades cotidianas. No Brasil, as estatísticas também são desanimadoras.



PREVIDÊNCIA. Quem está tratando as sequelas provocadas pelo AVC possui os requisitos para receber os benefícios de auxílio-doença e aposentadora por invalidez porque, dependendo dos casos, fica temporariamente incapaz de trabalhar.  Para isso, o segurado deve estar em dia com as contribuições para a Previdência Social, como esclarece Ivandick Rodrigues, advogado, professor de Direito Trabalhista e Previdenciário, e doutor em Direito do Trabalho e Seguridade pela USP.



REABILITAÇÃO. A reabilitação multiprofissional avalia o nível de independência nas atividades diárias e autonomia no autocuidado de cada paciente, o que inclui a análise de assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas, psicólogos e nutricionistas.



Por isso, a reabilitação também depende do envolvimento dos familiares, uma rede de apoio essencial nesse momento de fragilidade e vulnerabilidade como alerta Ana Claudia Furhmann, que durante os estudos do Grupo de Pesquisa em Enfermagem e Envelhecimento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, elaborou um manual educativo para cuidadores e familiares de um paciente que sofreu um AVC.



AVC matou doze pessoas por dia em 2023 no Brasil. Uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo, o Acidente Vascular Cerebral foi a causa de morte de 109.560 pessoas no Brasil no ano passado. Os dados são da Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil).



A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a incapacidade como resultado da “interação dinâmica e complexa” entre condição de saúde, fatores pessoais e ambientais.



INFORMAÇÃO. O combate à desinformação é um fator importante para a prevenção ao AVC. Primeiro, as instituições de ensino investem em parcerias público-privadas para ter mais conhecimento técnico sobre os sinais do AVC e como pedir ajuda. Crianças e jovens de 6 a 14 anos de escolas do ensino fundamental no interior de São Paulo sabem reconhecer os sinais do AVC, porque geralmente eles passam o tempo com os avós após o período escolar, como destaca a coordenadora de uma escola municipal de Ensino Fundamental em Bauru, interior de SP, Andreia Anjos.



Outra forma de combater a desinformação envolve o treinamento de profissionais da saúde. A Sociedade Brasileira de AVC possui uma lista de hospitais da rede pública e particular de saúde considerados referência no diagnóstico e na assistência ao cuidado imediato a pacientes. Ao todo, são mais de 280 hospitais habilitados, com destaque para os estados de SP e Rio Grande do Sul.



Confira em https://avc.org.br/pacientes/hospitais-referencia-avc-brasil/ 



Amanhã, no segundo episódio da série especial sobre o AVC, a Unesp FM vai trazer informações sobre a batalha contra o tempo para evitar sequelas graves do AVC e também como uma iniciativa brasileira está repercutindo em outros continentes para capacitar profissionais de saúde e acreditar hospitais gratuitamente.


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