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Programa 4: António Variações (Letras)

 



Acima, a chamada para o Programa 4.



 



Todas as faixas são de autoria de António Variações, exceto a 03.



 



1) Estou além (Anjo da guarda – 1983)



 



Não consigo dominar



Este estado de ansiedade



A pressa de chegar



Pra não chegar tarde



Não sei de que é que eu fujo



Será desta solidão



Mas porque é que eu recuso



Quem quer dar-me a mão



 



Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar



Porque até aqui eu só



 



Quero quem



Quem eu nunca vi



Porque eu só quero quem



Quem não conheci



Porque eu só quero quem



Quem eu nunca vi



Porque eu só quero quem



Quem não conheci



Porque eu só quero quem



Quem eu nunca vi



 



Esta insatisfação



Não consigo compreender



Sempre esta sensação



Que estou a perder



Tenho pressa de sair



Quero sentir ao chegar



Vontade de partir



Pra outro lugar



 



Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar



Porque até aqui eu só



 



Estou bem



Aonde não estou



Porque eu só quero ir



Aonde eu não vou



Porque eu só estou bem



Aonde não estou



Porque eu só quero ir



Aonde eu não vou



Porque eu só estou bem



Aonde não estou



 



Esta insatisfação



Não consigo compreender



Sempre esta sensação



Que estou a perder



Tenho pressa de sair



Quero sentir ao chegar



Vontade de partir



P'ra outro lugar



 



Vou continuar a procurar a minha forma, o meu lugar



Porque até aqui eu só



 



Estou bem



Aonde não estou



Porque eu só quero ir



Aonde eu não vou



Porque eu só estou bem



Aonde não estou



Porque eu só quero ir



Aonde eu não vou



Porque eu só estou bem



Aonde não estou



 



 



2) O corpo é que paga (Anjo da guarda – 1983)



 



Quando a cabeça



Quando a cabeça não tem juízo



Quando te esforças mais do que é preciso



O corpo é que paga



O corpo é que paga



Deix'ó pagar deix'ó pagar



Se tu estás a gostar



 



Quando a cabeça não se liberta



Das frustrações, inibições



Toda essa força que te aperta



O corpo é que sofre



As privações, mutilações



 



Quando a cabeça está convencida



De que ela é a oitava maravilha



O corpo é que sofre



O corpo é que sofre



Deix'ó sofrer deix'ó sofrer



Se isso te dá prazer



 



Quando a cabeça está nessa confusão



Estás sem saber que hás de fazer



Ingeres tudo o que te vem à mão



O corpo é que fica



Fica a cair sem resistir



 



Quando a cabeça rola p'ró abismo



Tu não controlas esse nervosismo



A unha é que paga



A unha é que paga



Não paras de roer



Nem que esteja a doer



 



Quando a cabeça não tem juízo



E consomes mais do que é preciso



O corpo é que paga



O corpo é que paga



Deix'ó pagar deix'ó pagar



Se tu estás a gostar



 



Deix'ó sofrer deix'ó sofrer



Se isso te dá prazer



 



Deix'ó cantar deix'ó cantar



Se tu estás a gostar



 



Deix'ó deitar deix'ó deitar



Se tu estás a gostar



 



Deix'ó gritar deix'ó gritar



Se te estás a libertar



 



 



3) Povo que lavas no rio (Anjo da guarda – 1983)



Joaquim Campos / Pedro Homem de Mello



 



Povo que lavas no rio



Que talhas com o teu machado



As tábuas do meu caixão



 



Povo que lavas no rio



Que talhas com o teu machado



As tábuas do meu caixão



 



Pode haver quem te defenda



Quem compre o teu chão sagrado



Mas a tua vida não



 



Pode haver quem te defenda



Quem compre o teu chão sagrado



Mas a tua vida não



 



Fui ter à mesa redonda



Beber em malga que esconda



Um beijo de mão em mão



 



Fui ter à mesa redonda



Beber em malga que esconda



Um beijo de mão em mão



 



Era o vinho que me deste



Água pura, fruto agreste



Mas a tua vida não



 



Era o vinho que me deste



Água pura, fruto agreste



Mas a tua vida não



 



Aromas de urze e de lama



Dormi com eles na cama



Tive a mesma condição



 



Aromas de urze e de lama



Dormi com eles na cama



Tive a mesma condição



 



Povo, povo, eu te pertenço



Deste-me alturas de incenso



Mas a tua vida não



 



Povo, povo, eu te pertenço



Deste-me alturas de incenso



Mas a tua vida não



 



 



4) Quando fala um português (Anjo da guarda – 1983)



 



Quando fala um português



Falam dois ou três



E o seu número a aumentar.



 



Quando fala um português



Falam dois ou três



E o seu número a aumentar.



 



Sãos tantos a falar



Ai! São tantos a falar



 



Quando fala um português



Falam dois ou três



Todos se querem escutar



Ninguém espera a sua vez



Ah! ninguém se quer calar



Pois tem direito a respeitar



Mas a conversa está a aquecer



Ai já estão a desconversar



Já ninguém se está a entender



Ai! Já estão todos a gritar



Ai! Que o insulto é de corar



A ameaça está no ar



E o punho está-se a fechar



Com tendência a piorar



E eu não paro de atiçar...



 



Quando fala um português



Falam dois ou três



E o seu número a aumentar.



 



Quando fala um português



Falam dois ou três



E o seu número a aumentar.



 



Sãos tantos a falar



Ai! São tantos a falar



Quando fala um português…



 



 



5) É prá amanhã (Anjo da guarda – 1983)



 



É pra amanhã



Bem podias fazer hoje



Porque amanhã sei que voltas a adiar



E tu bem sabes como o tempo foge



Mas nada fazes para o agarrar



 



Foi mais um dia e tu nada fizeste



Um dia a mais tu pensas que não faz mal



Vem outro dia e tudo se repete



E vais deixando ficar tudo igual



 



É pra amanhã



Bem podias viver hoje



Porque amanhã quem sabe se vais cá estar



Ai tu bem sabes como a vida foge



Mesmo de quem diz que está p'ra durar



 



Foi mais um dia e tu nada viveste



Deixas passar os dias sempre iguais



Quando pensares no tempo que perdeste



Então tu queres mas é tarde demais



 



É pra amanhã



Deixa lá não faças hoje



Porque amanhã tudo se há de arranjar



Ai tu bem sabes que o trabalho foge



Mesmo de quem diz que quer trabalhar



 



Eu sei que tu andas a procurar



Esse lugar que acerte bem contigo



Do que aparece tu não consegues gostar



E do que gostas já está preenchido



 



É pra amanhã



Bem podias fazer hoje



Porque amanhã sei que voltas a adiar



Ai tu bem sabes como o tempo foge



Mas nada fazes para o agarrar



 



É pra amanhã



Bem podias viver hoje



Porque amanhã quem sabe se vais cá estar



Ai tu bem sabes como a vida foge



Mesmo que penses que esta p'ra durar



 



É pra amanhã



Deixa lá não faças hoje



Porque amanhã tudo se há de arranjar



Ai tu bem sabes que o trabalho foge



Mesmo de quem diz que quer trabalhar



 



 



6) Sempre ausente (Anjo da guarda – 1983)



 



Diz-me que solidão é essa



Que te põe a falar sozinho



Diz-me que conversa



Estás a ter contigo



 



Diz-me que desprezo é esse



Que não olhas para quem quer que seja



Ou pensas que não existes



Ninguém que te veja



 



Que viagem é essa



Que te diriges em todos os sentidos



Andas em busca dos sonhos perdidos



 



Lá vai o maluco



Lá vai o demente



Lá vai ele a passar



Assim te chama toda essa gente



 



Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar



Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar



Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar



 



Diz-me que loucura é essa



Que te veste de fantasia



Diz-me que te liberta



Da vida vazia



 



Diz-me que distância é essa



Que levas no teu olhar



Que ânsia e que pressa



Que queres alcançar



 



Que viagem é essa



Que te diriges em todos os sentidos



Andas em busca dos sonhos perdidos



 



Lá vai o maluco



Lá vai o demente



Lá vai ele a passar



Assim te chama toda essa gente



 



Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar



Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar



Mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar



 



Não me conseguem alcançar



 



 



7) Canção de engate (Dar e receber – 1984)



 



Tu estás livre e eu estou livre



E há uma noite para passar



Porque não vamos unidos



Porque não vamos ficar



Na aventura dos sentidos



 



Tu estás só e eu mais só estou



Tu que tens o meu olhar



Tens a minha mão aberta



À espera de se fechar



Nessa tua mão deserta



 



Vem que amor



Não é o tempo



Nem é o tempo



Que o faz



Vem que amor



É o momento



Em que eu me dou



Em que te dás



 



Tu que buscas companhia



E eu que busco quem quiser



Ser o fim desta energia



Ser um corpo de prazer



Ser o fim de mais um dia



 



Tu continuas à espera



Do melhor que já não vem



E a esperança foi encontrada



Antes de ti por alguém



E eu sou melhor que nada



Refrão (3x)



 



 



8) Deolinda de Jesus (Dar e receber – 1984)



 



A minha mãe é a mãe mais bonita,



Desculpem, mas é a maior



 



Não admira, foi por mim escolhida,



E o meu gosto é o melhor



 



E esta é a canção mais feliz,



Feliz eu que a posso cantar,



 



É o meu maior grito de vida



Foi o seu grito o meu despertar,



 



Canção de mãe é sorrir,



Canção de berço de embalar,



 



Melodia de dormir,



Mãe ternura a aconchegar,



 



Canção de mãe é sorrir,



Gosto de ver e ouvir,



Voz imagem de sonhar,



 



Imagem viva lembrança,



Que faz de mim a criança,



Que gosta de recordar



 



A minha mãe



É a mãe mais amiga,



 



Certeza, com que posso contar,



E nem por isso, sou a imagem que queria,



 



Mas sempre me soube aceitar,



Razão de mãe é dizer,



 



Mãe cuidado a aconselhar



Os cuidados que hei de ter



As defesas a cuidar



Saudade mãe é escrever



 



Carta que vou receber



Notícia de me alegrar



 



Cartas visitas encontros



Essa troca que nós somos



Este prazer de trocar



 



Canção de mãe é sorrir



Gosto de ver e ouvir



A ternura de cantar



 



 



9) Maria Albertina (Humanos – 2004)



 



Maria Albertina deixa que eu te diga....



Maria Albertina deixa que eu te diga....



 



Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas



é cá da terra e tem



tem muito encanto



Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas



é cá da terra e tem



tem muito encanto



 



Maria Albertina como foste nessa



de chamar Vanessa à tua menina



Maria Albertina como foste nessa



de chamar Vanessa à tua menina



 



Maria Albertina deixa que eu te diga....



Maria Albertina deixa que eu te diga....



 



Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas



é cá da terra e tem



tem muito encanto



Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas



é cá da terra e tem



tem muito encanto



 



Maria Albertina como foste nessa



de chamar Vanessa à tua menina



Maria Albertina como foste nessa



de chamar Vanessa à tua menina



 



Maria Albertina deixa que eu te diga....



Maria Albertina deixa que eu te diga....



 



Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas



é cá da terra e tem



tem muito encanto



Esse teu nome eu sei que não é um espanto mas



é cá da terra e tem



tem muito encanto



 



Maria Albertina como foste nessa



de chamar Vanessa à tua menina



Maria Albertina como foste nessa



de chamar Vanessa à tua menina



 



que é bem cheinha e muito moreninha



 



 



10) Muda de vida (Humanos ao Vivo – 2006)



 



Muda de vida, se tu não vives satisfeito



Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar!



Muda de vida, não deves viver contrafeito



Muda de vida se há vida em ti a latejar



 



Ver-te sorrir, eu nunca te vi



E a cantar, eu nunca te ouvi



Será de ti ou pensas que tens que ser assim



 



Ver-te sorrir eu nunca te vi



E a cantar, eu nunca te ouvi



Será de ti ou pensas que tens que ser assim



 



Olha que a vida não



Não é nem deve ser



Como um castigo que



Tu terás que viver



 



Muda de vida se tu não vives satisfeito



Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar



Muda de vida, não deves viver contrafeito



Muda de vida se há vida em ti a latejar



 


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