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Programa 11: O Pop Português II (Letras)

 



Acima, a chamada para o programa 11.



 



1) Sinto em Mim – Mler Ife Dada



Autor: Nuno Rebelo



 



Vento sinto em mim



Sussurar



O sopro do mar.



 



Frio sinto em mim



Aquecer



Meu entardecer.



 



Medo sinto em mim



De sentir



Palavras mentir.



 



Ânsia sinto em mim



De viver



O mundo a correr.



 



Vida sinto em mim



Acordar



Na rua dançar.



 



Dança sinto em mim



Seu vibrar



Guitarra cantar.



 



Fogo sinto em mim



aparecer



teu corpo aquecer.



 



Sede sinto em mim



De beber



Teu sangue a arder.



 



Sangue sinto em mim



A ferver



Nas veias correr.



 



Força sinto em mim



A rasgar



Meu peito gritar.



 



Alma sinto em mim



P'ra cantar



Um grito no ar.



 



Fúria sinto em mim.



Flechas sinto em mim.



Mágoa sinto em mim.



 



Risos sinto em mim.



Força sinto em mim.



Horas sinto em mim.



 



Lobos sinto em mim.



Corvos sinto em mim.



Garras sinto em mim.



 



Morte sinto em mim.



 



 



 



2) Eastern Streets – Pop Dell’Arte



Autor: João Peste



 



 



3)  Subida aos céus – Três Tristes Tigres



Autores: Alain Clavier, Brigitte Fontaine



Versão: Regina Guimarães



 



quero ser amada só por mim



e não por andar enfeitada



ser adorada mesmo assim



careca, nua, descarnada



 



engano de alma ledo e cego



ó linda inês posta em sossego imortal



 



com perfumes a presa é facil



com jóias casacos de peles.



gosto do amor quando é difícil



e cheira ao meu hálito reles.



 



quero ser amada á flor da pele



não quero peles de vison,



amada pelo sabor a mel



a não pela côr do batôn.



 



engano de alma ledo e cego



ó linda inês posta em sossego imortal



 



com cabeleira a presa é facil



há quem se esconda atrás dos pêlos



gosto do amor quando é difícil



de ser amada sem cabelos.



 



quero que me beijem a caveira



e o meu ossinho parietal



que se afoguem na banheira



pelo meu belo occipital



 



engano de alma lego e cego



ó linda inês posta em sossego imortal



 



com carne viva a presa é facil



é ordinário e absoleto



gosto do amor quando é dificil



quando me aquecem o esqueleto



 



quero ser amada pela morte



pelos meus ossos de luar



quero que os cães da minha côrte



passem as noites a ladrar



 



engano de alma ledo e cego



ó linda inês posta em sossego imortal



 



sobe aos céus.



sobe aos céus.



sobe aos céus.



 



 



4) Carta – Toranja



Autor: Tiago Bettencourt



 



Não falei contigo com medo que



os montes e vales que me achas,



caíssem a teus pés.



 



Acredito e entendo que



a estabilidade lógica



de quem não quer explodir,



faça bem ao escudo que és.



 



Saudade é o ar que



vou sugando e aceitando,



como fruto de Verão dos



jardins do teu beijo.



 



Mas sinto que



sabes que sentes que



também num dia maior,



serás trapézio sem rede a



pairar sobre o mundo,



e em tudo o que vejo.



 



É que hoje acordei e



lembrei-me, sou mago feiticeiro,



e que a minha bola de cristal é



folha de papel.



 



E nela te pinto nua.



Nua, numa chama minha e tua.



 



Desconfio que ainda não reparaste



que o teu destino foi inventado



por gira-discos estragados



aos quais te vais moldando.



 



E que todo o teu planeamento



estratégico de sincronização do



coração são mais como paredes e



tectos, cujos vidros vais pisando.



 



Anseio o dia em que acordaste



por cima de todos os teus números,



raízes quadradas de somas subtraídas,



sempre com a mesma solução.



 



Não podias deixar de fazer da vida



um ciclo vicioso,



harmonioso ao teu gesto mimado e 'a



palma da tua mão.



 



É que hoje acordei e



lembrei-me, sou mago feiticeiro,



e que a minha bola de cristal é



folha de papel.



 



E nela te pinto nua.



Nua, numa chama minha e tua.



Numa chama minha e tua.



 



Desculpa se te fiz fogo e noite



sem pedir autorização por escrito,



ao sindicato dos Deuses,



mas não fui eu que te escolhi.



 



Desculpa se te usei como refúgio



dos meus sentidos, pedaço de



silêncios perdidos que voltei a



encontrar em ti.



 



É que hoje acordei e



lembrei-me, sou mago feiticeiro.



E nela te pinto nua.



 



Nua, numa chama minha e tua.



Numa chama minha e tua.



 



Ainda magoas alguém.



O tiro passou-me ao lado.



Ainda magoas alguém.



 



Se não te deste a ninguém,



magoaste alguém.



A mim, passou-me ao lado.



A mim, passou-me ao lado.



 



 



5) Só é fogo se queimar – Amor Electro



Autor: Tiago Pais Dias



 



Mais uma promessa



Mais um dia a duvidar



Mais outro remendo à pressa



Mais uma forma de te procurar



A saudade não da tréguas



Pede um sopro de ar



Para em mágoas repousar



Se eu falar talvez tu negues



Me chames a dançar



Sinta o corpo a voar



 



Só é dor se for vontade



De agarrar



Só é fogo se queimar



Só é felicidade enquanto durar



Só é fogo se queimar



 



Só mais um momento



Lamento muito tempo



Tanto tempo a mais



Mais que um sentimento



Mais que o segredo



Ainda é cedo



A verdade mora a léguas



Faz cambalear



Tem, tem grades a penar



Se eu falar talvez tu negues



Me chames a dançar



Sinto o corpo a voar



 



Só é dor se for vontade



De agarrar



Só é fogo se queimar



Só é felicidade enquanto durar



Só é fogo se queimar



 



6) Busy for me – Áurea



Autores: João Pedro Matos; Ricardo Ferreira; Rui Ribeiro



 



I tried to call you



But you didn't answer the phone



I tried to pick you up



But you didn't come along



I tried to talk to you



But you didn't even answer me



I tried to reach you



But you're so high up above



 



Oh baby



 



I try every day



I cry every night



For a second of your time



But you're so busy for me



You don't care for my plea



So I cry, cry, cry, cry



 



Oh, I tried to tease you



But you didn't even care



I tried to love you



But your heart closed it's doors



 



Oh baby



 



I try every day



I cry every night



For a second of your time



But you're so busy for me



You don't care for my plea



So I cry, cry, cry, cry



 



So you didn't come along



You didn't answer



You didn't care



You closed your heart for me



 



Oh (I tried to call you, pick up the phone)



You're so busy



 



 



 



7) 80.nada – A garota não



Autora: A garota não (Cátia Oliveira)



 



Não quero a tua coroa, Portugal



Nem incendiar o teu tribunal



Nasci no tempo errado



Recibo verde é pior que mau olhado



 



Já passo dos trinta



E a máquina sempre me finta



Ser independente



É nunca chegar a ser gente



 



Sistema indeciso



Viver entre o choro e o riso



Circo lindo e triste



Coração magoado e em riste



 



Não há contrato, não há férias no verão



E a complacência faz a fortuna do patrão



As horas extra não aumentam o salário



Subtraem à vida, grande vínculo vigário



Iva e retenção... ser pessoa a prestação



Segurança social



Pode o bem saber tão mal?



Proteção? não sei o significado



Mas em compensação sei o que é diferenciado



E o silêncio que se faz tira-me o sono e a paz



Desde quando temporário é sinónimo de otário?



 



Precariedade



Inspiras tristeza



Aos dias mais leves



Que eu pudesse ter



E aos meus olhos cobres de cinzento



Os muros com cravos



Que cresci a ver



 



Precariedade



Inspiras tristeza



Aos dias mais leves



Que eu pudesse ter



E aos meus olhos cobres de cinzento



Os muros com cravos



Que cresci a ver



 



Precariedade



Inspiras tristeza



Aos dias mais leves



Que eu pudesse ter



E aos meus olhos cobres de cinzento



Os muros com cravos



Que cresci a ver



 



 



8) Avião de papel – Carolina Deslandes (com Rui Veloso)



Autora: Carolina Deslandes



 



Amor, o mundo quebra-te os sonhos



Às vezes cai-te todo nos ombros



Eu levanto-o inteiro por ti



Eu viro cavaleiro por ti



 



Amor, o mundo deixa-te ao frio



Às vezes larga-te no vazio



Eu pinto-o de todas as cores por ti



Eu viro Leonardo Davinci por ti



 



Fiz-te um avião de papel



Daqueles das cartas de amor



Para voarmos nele quando o mundo é cruel



E não há espaço que chegue para a dor



 



Fiz-te um avião de papel



Daqueles dos quantos queres



Para voarmos daqui em lua de mel



Pra te levar para onde quiseres



 



Amor, o mundo tira-te o ar



Chega a proibir-te de dançar



Eu danço as musicas todas por ti



Eu viro bailarino por ti



 



Amor, o mundo fez-te mulher



Mais cedo do que tinha que ser



Eu faço o tempo voltar por ti



Eu viro super-homem por ti



 



Fiz-te um avião de papel



Daqueles das cartas de amor



Para voarmos nele



Quando o mundo é cruel



 



E não há espaço que chegue para a dor



Fiz-te um avião de papel



Daqueles dos quantos queres



Para voarmos daqui em lua de mel



 



Pra te levar para onde quiseres



Fiz-te um avião de papel (pois fiz)



Daqueles das cartas de amor



Para voarmos nele



 



Quando o mundo é cruel



E não há espaço que chegue para a dor



Fiz-te um avião de papel (fiz-te um avião)



Daqueles dos quantos queres



 



Para voarmos daqui em lua de mel



Pra te levar para onde quiseres



Quiseres



Pra te levar, amor



Pra te levar



Para onde quiseres



 



 



9) Nos Desenhos Animados – Os Azeitonas



Autor: Miguel Araújo



 



Eu quero a sorte de um cartoon



Nas manhãs da RTP1



És o meu Tom Sawyer



E o meu Huckleberry Finn



E vens de mascarilha e espadachim



Lá em cima, há planetas sem fim



Tu és o meu super-herói



Sem tirar o chapéu de cowboy



Com o teu galeão e uma garrafa de rum



Eu era tua e de mais nenhum



Um por todos e todos por um



 



Nos desenhos animados



Eu já conheço o fim



O bem abre caminho



A golpe de espadachim



E o príncipe encantado



Volta sempre para mim



 



Eu sou a Jane e tu Tarzan



A Julieta do meu Dartagnan



Se o teu cavalo falasse



Tinha tanto para contar



Ao fantasma debaixo dos meus lençóis



Dos tesouros que escondemos dos espanhóis



 



Nos desenhos animados



Eu já conheço o fim



O bem abre caminho



A golpe de espadachim



E o príncipe encantado



Volta sempre para mim



 



Quando chegar o final



Já podemos mudar de canal



Nos desenhos animados



É raro chover



E nunca, quase nunca acaba mal



 



 



10) Tudo sobre nós – D.A.M.A



Autores: Miguel Coimbra / Miguel Cristovinho



 



Eu dava tudo pra poder ter mais uma chance



De te sentir, de te ver e de te ter no meu alcance



Para onde foste? Onde estás? Para onde vais?



Fazes parte do céu, do mar ou de sinais?



 



Aceito e sei, o teu mundo não é este



Foste embora mas no fundo, eu sei, tu não me esqueceste, não



Eu não descanso de sentir-te respirar



Pois sufoco de te ouvir e não te poder tocar



 



Será que és tu quem me sussurra num vazio bem fundo?



E me aconchega no frio do inverno enquanto durmo



Vem comigo, eu sei que ainda estás na minha voz



Eu vou contar-te as novidades, tudo sobre nós



 



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



 



Olha só, olha só, ‘tá tudo novo aqui



Agora só tens outra forma de viver em mim



Abraçar-te faz-me falta, só me abraças tu



Estamos numa pegada, estás presente em tudo



 



Eu não olho pró céu, tu ‘tás cá dentro



Choro mas sei que isto está tudo certo



E se a calma não chega, tu chegas pra me acalmar



 



Então vai, que eu tenho tanto para aprender contigo



E temos tanto para fazer depois



Já não sinto um vazio, sempre fomos um e dois



 



Será que és tu que me sussurra num vazio bem fundo?



E me aconchega no frio do inverno enquanto durmo



Vem comigo, eu sei que ainda estás na minha voz



Eu vou contar-te as novidades, tudo sobre nós



 



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



 



Era tão bom quando chegava e te via



Mesmo não te tendo na vida, tu ‘tás tanto na minha, pois é



Os primos sentem que ‘tás num espaço teu



E acho graça a essa conversa dum pedaço de céu



Nena



 



Deitados nas telhas ficamos a sentir zumbidos



Das abelhas pelas vinhas, nespereiras e figos



Sinto-te cá na essência e no carácter dos meus modos



Presente todos os dias porque nos uniste a todos



 



A paz que faz sentir ouvir os pratos na cozinha



Podes crer que ainda os oiço, a vida ganha magia



Enquanto ela me soprar tu vais viver aqui



Podes crer que os meus filhos vão ouvir falar de ti



 



Será que és tu que me sussurra num vazio bem fundo?



E me aconchega no frio do inverno enquanto durmo



Vem comigo, eu sei que ainda estás na minha voz



Eu vou contar-te as novidades, tudo sobre nós



 



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre nós



Tudo sobre



 



 



11) Vida de Estrada – Diabo na Cruz



Autor: Jorge Cruz e Sérgio Pires



 



Siga em fila vai



Nove emprego cinco sai



Quinto império do atalho



Bomba, escola, pão, talho



 



Trívia, televisão



Aurora do quadrilião



No ar um cheiro a esturro



Bom pró esperto, mau pró burro



 



Perto, tão perto do oásis no deserto



Longe, tão longe de ir lá hoje



Mora, demora



O que é bom nunca é pra agora



Quem me dera ir daqui pra fora



 



Trânsito no Jamor



A ouvir notícias do terror



Troika, bolha imobiliária



É cara a vida e a pensão precária



 



Água, cabo, net



Luz, ginásio, yoga, creche



IUC, IMI, IRS



Paga paga, esquece esquece



 



Fraco tão fraco o Sol neste buraco



Boa, tão boa a vida boa



Mora, demora



O que é bom nunca é pra agora



Quem me dera ir daqui pra fora



 



Mergulhar, mãos no volante e adiante



Pra qualquer lugar



Vidro aberto, rádio alto, no asfalto



Sem me apoquentar



Saborear o mar, as serras



Cobrir-me de pó e geada



Roer o osso desta terra



Na vida de estrada



 



Sismo no Japão



Zara, nova coleção



Espionagem, guerra, muda o tema



Woody Allen no cinema



 



Zapping e jornal



Série e logo futebol



O vizinho num concurso



A fazer figura de urso



 



Chato, tão chato papar grupo barato



Oco, tão oco o circo louco



Mora, demora



O que é bom nunca é pra agora



Quem me dera ir daqui pra fora



 



Mergulhar, mãos no volante e adiante



Pra qualquer lugar



Vidro aberto, rádio alto, no asfalto



Sem me apoquentar



Saborear o mar, as serras



Cobrir-me de pó e geada



Roer o osso desta terra



Na vida de estrada



 



Onde não há prazos nem obrigações



Não há debates nem euromilhões



Onde o Sol eleva e a frescura acata



Sem consulta ao homeopata



 



Onde a cura é sem vacina



E a cardina é sem pesar



Por lagoas e colinas



Vê-se a lágrima a secar



 



Dá o vento na cara



E nada nos para



Nada nos para



 



Perto, tão perto do oásis no deserto



Longe, tão longe de ir lá hoje



Mora, demora



O que é bom nunca é pra agora



Quem me dera ir



Quem me dera ir daqui



Quem me dera ir daqui pra fora



 



Mergulhar, mãos no volante e adiante



Pra qualquer lugar



Vidro aberto, rádio alto, no asfalto



Sem me apoquentar



Saborear o mar, as serras



Cobrir-me de pó e geada



Roer o osso desta terra



Na vida de estrada



 



 



12) Os teus passos – Benjamin



Autor: Luís Nunes



 



Quando os teus passos andam para trás



Eu não vivo mais



Nem te sei de cor



Nem te sei de cor



 



Levo a cabeça ao peito



E os restos mortais



Já não sou de ferro



Já não sou demais



Como achava ontem



 



Quando os teus passos andam para trás



Eu não vivo mais



Nem te sei de cor



Nem te sei de cor



 



Levas a arma às costas



E o saco de pedras



Deitas a carga fora



E o coração às feras



 



Quando os teus passos andam para trás



Eu não vivo mais



Nem te sei de cor



Nem te sei de cor



 



Lavas as mãos do fogo



Que deixaste na estrada



Eu tinha sangue novo



E não sobrou nada



 



Quando os teus passos andam para trás



Eu não vivo mais



Nem te sei de cor



Nem te sei de cor



 


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