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Programa 15: As Canções de Sempre (Letras)

 



Acima, a Chamada para o Programa 15.



 



1) Grândola Vila Morena – Zeca Afonso



Autor: Zeca Afonso



 



Grândola, vila morena



Terra da fraternidade



O povo é quem mais ordena



Dentro de ti, ó cidade



 



Dentro de ti, ó cidade



O povo é quem mais ordena



Terra da fraternidade



Grândola, vila morena



 



Em cada esquina um amigo



Em cada rosto igualdade



Grândola, vila morena



Terra da fraternidade



 



Terra da fraternidade



Grândola, vila morena



Em cada rosto igualdade



O povo é quem mais ordena



 



À sombra duma azinheira



Que já não sabia a idade



Jurei ter por companheira



Grândola a tua vontade



 



Grândola a tua vontade



Jurei ter por companheira



À sombra duma azinheira



Que já não sabia a idade



 



 



2) E depois do adeus – Paulo de Carvalho



Autores: José Niza e José Calvário



 



Quis saber quem sou



O que faço aqui



Quem me abandonou



De quem me esqueci



Perguntei por mim



Quis saber de nós



Mas o mar



Não me traz



Tua voz



 



Em silêncio, amor



Em tristeza e fim



Eu te sinto, em flor



Eu te sofro, em mim



Eu te lembro, assim



Partir é morrer



Como amar



É ganhar



E perder



 



Tu vieste em flor



Eu te desfolhei



Tu te deste em amor



Eu nada te dei



Em teu corpo, amor



Eu adormeci



Morri nele



E ao morrer



Renasci



 



E depois do amor



E depois de nós



O dizer adeus



O ficarmos sós



Teu lugar a mais



Tua ausência em mim



Tua paz



Que perdi



Minha dor que aprendi



De novo vieste em flor



Te desfolhei



 



E depois do amor



E depois de nós



O adeus



O ficarmos sós



 



 



3) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades – José Mário Branco



Autores: Luís de Camões; José Mário Branco



 



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades



Muda-se o ser, muda-se a confiança



Todo o mundo é composto de mudança



Tomando sempre, tomando sempre



Novas qualidades



 



E se todo o mundo é composto de mudança



Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança



 



Continuamente vemos novidades



Diferentes em tudo da esperança



Do mal ficam as mágoas na lembrança



E do bem, e do bem se algum houve, as saudades



 



Mas se todo o mundo é composto de mudança



Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança



 



O tempo cobre o chão de verde manto



Que já coberto foi de neve fria



E em mim converte em choro o doce canto



E em mim converte em choro o doce canto



 



Mas se todo o mundo é composto de mudança



Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança



 



E, afora este mudar-se cada dia



Outra mudança faz de mor espanto



Que não se muda já como soía



Que não se muda, que não se muda já como soía



 



Mas se todo o mundo é composto de mudança



Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança



 



 



4) Canção de embalar – Zeca Afonso



Autor: Zeca Afonso



 



Dorme meu menino a estrela d'alva



Já a procurei e não a vi



Se ela não vier de madrugada



Outra que eu souber será p'ra ti



 



Outra que eu souber na noite escura



Sobre o teu sorriso de encantar



Ouvirás cantando nas alturas



Trovas e cantigas de embalar



 



Trovas e cantigas muito belas



Afina a garganta meu cantor



Quando a luz se apaga nas janelas



Perde a estrela d'alva o seu fulgor



 



Perde a estrela d'alva pequenina



Se outra não vier para a render



Dorme qu'inda a noite é uma menina



Deixa-a vir também adormecer



 



 



5) Desfolhada Portuguesa – Simone de Oliveira



Autor: Ary dos Santos



 



Corpo de linho



Lábios de mosto



Meu corpo lindo



Meu fogo posto.



 



Eira de milho



Luar de Agosto



Quem faz um filho



Fá-lo por gosto.



 



É milho-rei



Milho vermelho



Cravo de carne



Bago de amor



 



Filho de um rei



Que sendo velho



Volta a nascer



Quando há calor.



 



Minha palavra dita à luz do sol nascente



Meu madrigal de madrugada



Amor amor amor amor amor presente



Em cada espiga desfolhada.



 



Minha raiz de pinho verde



Meu céu azul tocando a serra



Oh minha mágoa e minha sede



Oh mar ao sul da minha terra.



 



É trigo loiro



é além tejo



O meu país



Neste momento



O sol o queima



O vento o beija



Seara louca em movimento.



 



Minha palavra dita à luz do sol nascente



Meu madrigal de madrugada



Amor amor amor amor amor presente



Em cada espiga desfolhada.



 



Olhos de amêndoa



Cisterna escura



Onde se alpendra



A desventura.



 



Moira escondida



Moira encantada



Lenda perdida



Lenda encontrada.



 



Oh minha terra



Minha aventura



Casca de noz



Desamparada.



 



Oh minha terra



Minha lonjura



Por mim perdida



Por mim achada.



 



 



6) Pedra filosofal – Manuel Freire



Autores: António Gedeão; Manuel Freire



 



Eles não sabem que o sonho



É uma constante da vida



Tão concreta e definida



Como outra coisa qualquer



 



Como esta pedra cinzenta



Em que me sento e descanso



Como este ribeiro manso



Em serenos sobressaltos



 



Como estes pinheiros altos



Que em verde e oiro se agitam



Como estas aves que gritam



Em bebedeiras de azul



 



Eles não sabem que o sonho



É vinho, é espuma, é fermento



Bichinho a lacre e sedento



De focinho pontiagudo



No perpétuo movimento



 



Eles não sabem que o sonho



É tela, é cor, é pincel



Base, fuste ou capitel



Arco em ogiva, vitral,



Pináculo de catedral,



Contraponto, sinfonia,



Máscara grega, magia,



Que é retorta de alquimista



 



Mapa do mundo distante



Rosa dos ventos, infante



Caravela quinhentista



Que é cabo da boa esperança



 



Ouro, canela, marfim



Florete de espadachim



Bastidor, passo de dança



Columbina e arlequim



 



Passarola voadora



Para-raios, locomotiva



Barco de proa festiva



Alto forno, geradora



 



Cisão do átomo, radar



Ultrassom, televisão



Desembarque em foguetão



Na superfície lunar



 



Eles não sabem nem sonham



Que o sonho comanda a vida



E que sempre que o homem sonha



O mundo pula e avança



Como bola colorida



Entre as mãos de uma criança



(La la la ra la ra ra )



 



 



7) Menina estás à janela – Vitorino



Autor: Vitorino e Música Popular Portuguesa



 



Menina estás à janela



Com o teu cabelo à lua



Não me vou daqui embora



Sem levar uma prenda tua



 



Sem levar uma prenda tua



Sem levar uma prenda dela



Com o teu cabelo à lua



Menina estás à janela



 



Os olhos requerem olhos



E os corações corações



E os meus requerem os teus



Em todas as ocasiões



 



Menina estás à janela



Com o teu cabelo à lua



Não me vou daqui embora



Sem levar uma prenda tua



 



Sem levar uma prenda tua



Sem levar uma prenda dela



Com o teu cabelo à lua



Menina estás à janela



 



 



8) Tourada – Fernando Tordo



Autores: Ary dos Santos; Fernando Tordo



 



Não importa Sol ou sombra



Camarotes ou barreiras



Toureamos ombro a ombro



As feras



 



Ninguém nos leva ao engano



Toureamos mano a mano



Só nos podem causar dano



Espera



 



Entram guizos chocas e capotes



E mantilhas pretas



Entram espadas chifres e derrotes



E alguns poetas



Entram bravos cravos e dichotes



Porque tudo o mais



São tretas



 



Entram vacas depois dos forcados



Que não pegam nada



Soam brados e olés dos nabos



Que não pagam nada



E só ficam os peões de brega



Cuja profissão



Não pega



 



Com bandarilhas de esperança



Afugentamos a fera



Estamos na praça



Da Primavera



 



Nós vamos pegar o mundo



Pelos cornos da desgraça



E fazermos da tristeza



Graça



 



Entram velhas doidas e turistas



Entram excursões



Entram benefícios e cronistas



Entram aldrabões



Entram marialvas e coristas



Entram galifões



De crista



 



Entram cavaleiros à garupa



Do seu heroísmo



Entra aquela música maluca



Do passodoblismo



Entra a aficionada e a caduca



Mais o snobismo



E cismo



 



Entram empresários moralistas



Entram frustrações



Entram antiquários e fadistas



E contradições



E entra muito dólar muita gente



Que dá lucro aos milhões



E diz o inteligente



Que acabaram as canções



 



 



9) Vinte anos (Vem viver a vida, amor) – José Cid



Autor: José Cid



 



Vem viver a vida, amor



Que o tempo que passou não volta não



Sonhos que o tempo apagou



Mas para nós ficou esta canção



 



Há muito muito tempo, eras tu uma criança



Que brincava no baloiço e ao pião



Tinhas tranças pretas e caçavas borboletas



Como quem corria atrás de uma ilusão



 



Há muito, muito tempo era eu outra criança



Que te amava ternamente sem saber



Vínhamos da escola e oferecia-te uma flor



Que tu punhas no cabelo a sorrir



 



Vem viver a vida, amor



Que o tempo que passou não volta não



Sonhos que o tempo apagou



Mas para nós ficou esta canção



 



Vinte anos mais tarde, encontrei-te por acaso



Numa rua da cidade onde moravas



Ficamos parados e olhamo-nos sorrindo



Como quem se vê ao espelho pla manhã



 



Dei-te o meu telefone, convidei-te pra jantar



Adoraste ver a minha colecção



Pelo tempo fora continuamos unidos



E cantamos tanta vez esta canção



 



Vem viver a vida, amor



Que o tempo que passou não volta não



Sonhos que o tempo apagou



Mas para nós ficou esta canção



 



Daqui a vinte anos, quando tu já fores velhinha



Talvez eu já não exista pra te ver



Ficas á lareira a fazer a tua renda



Mas que importa se recordar é viver



 



 



10) Amar pelos dois – Salvador Sobral



Autora: Luísa Sobral



 



Se um dia alguém, perguntar por mim



Diz que vivi para te amar



Antes de ti, só existi



Cansado e sem nada para dar



 



Meu bem, ouve as minhas preces



Peço que regresses, que me voltes a querer



Eu sei, que não se ama sozinho



Talvez devagarinho, possas voltar a aprender



 



Meu bem, ouve as minhas preces



Peço que regresses, que me voltes a querer



Eu sei, que não se ama sozinho



Talvez devagarinho, possas voltar a aprender



 



Se o teu coração não quiser ceder



Não ter paixão, não quiser sofrer



Sem fazer planos do que virá depois



O meu coração, pode amar pelos dois



 



 



11) Pulga saltitante – Júlio Pereira



Instrumental



 



 



12) Verdes anos – Carlos Paredes



Instrumental



 


Áudio