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Programa 15: As homenagens a Amália Rodrigues - Letras

Acima, a chamada para o Programa 15.



 



Pesquisa: Maria Júlia Franco de Souza e Beatriz Macedo Souza



 



1) Amor de mel, amor de fel – V Império (Tribute to Amália - 2004)



      Autores: Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves



 



Tenho um amor que não posso confessar



Mas posso chorar



Amor pecado, amor de amor



Amor de mel, amor de flor



Amor de fel, amor maior, amor amado



 



Tenho um amor, amor de dor, amor maior



Amor chorado em tom menor



Em tom menor maior o fado



 



Choro a chorar tornando maior o mar



Não posso deixar de amar o meu amor em pecado



 



Fui andorinha que chegou na primavera



Eu era quem era



Amor pecado, amor de amor



Amor de mel, amor de flor



Amor de fel, amor maior, amor amado



 



Tenho um amor, amor de dor, amor maior



Amor chorado em tom menor



Em tom menor maior o fado



Choro a chorar tornando maior o mar



Não posso deixar de amar o meu amor em pecado



 



Fado maior, cantado em tom de menor



Chorando um amor de dor



Dor de um bem e mal amado



 



2) Ai, Maria – Ciganos d’ouro (Tribute to Amália - 2004)



      Autores: Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves



 



Que bonita é a Maria, que bonita



Que graça a Maria tem



Como ela no cabelo põe a fita



Como ela, não a sabe pôr ninguém;



Tão bonita no cabelo aquela fita!



 



Mal morre a noite



Ainda não nasceu o dia



Já da fonte vem Maria



Lá vem Maria



Lata d'água na cabeça



Ai, Maria! Ai, Maria!



 



Quando desce, mal a manhã se avizinha



Mil olhos a vão seguindo;



Quando sobe, quase fechada a tardinha



De mil bocas a Maria vai ouvindo:



"Pobrezinha, mas tem porte de rainha!"



 



3) Cansaço (Versão Fantástica) –  Bulllet Feat. Liana (Amália Revisited - 2005)



      Autores: Luís Macedo / Joaquim Campos



 



Por trás do espelho quem está



De olhos fixados nos meus



Alguém que passou por cá



E seguiu ao Deus dará



Deixando os olhos nos meus



 



Quem dorme na minha cama



E tenta sonhar meus sonhos



Alguém morreu nesta cama



E lá de longe me chama



Misturada nos meus sonhos



 



Tudo o que faço ou não faço



Outros fizeram assim;



Daí este meu cansaço



De sentir que quanto faço



Não é feito só por mim



 



4) Medo - João Pedro Coimbra (feat. Ana Deus) (Amália Revisited - 2005)



      Autores: Reinaldo Ferreira / Alain Oulman



 



Quem dorme á noite comigo é meu segredo



Mas se insistirem lhes digo



O medo mora comigo



Mas só o medo



 



É cedo porque me embala



Num vai-vém de solidão



Com voz de móvel que estala



E me tortura a razão



 



Gritar: quem pode salvar-me



Do que está dentro de mim;



Gostava até de matar-me



Mas eu sei que ele há-de esperar-me



Ao pé da ponte do fim



 



5) Gaivota – Amália Hoje (Amália Hoje - 2009)



      Autor: Alain Oulman / Alexandre O'Neill



 



Se uma gaivota viesse



trazer-me o céu de Lisboa



no desenho que fizesse,



nesse céu onde o olhar



é uma asa que não voa,



esmorece e cai no mar.



 



Que perfeito coração



no meu peito bateria,



meu amor na tua mão,



nessa mão onde cabia



perfeito o meu coração.



 



Se um português marinheiro,



dos sete mares andarilho,



fosse quem sabe o primeiro



a contar-me o que inventasse,



se um olhar de novo brilho



no meu olhar se enlaçasse.



 



Que perfeito coração



morreria no meu peito,



meu amor na tua mão,



nessa mão onde perfeito



bateu o meu coração.



 



Que perfeito coração



no meu peito bateria,



meu amor na tua mão,



nessa mão onde cabia



perfeito o meu coração.



(3x)



 



6) Soledad – Amália Hoje (Amália Hoje - 2009)



       Autores: Alain Oulman / Cecília Meireles



 



Soledad



Antes que o sol se vá



Como um pássaro perdido



Também te direi adeus



Soledad, soledad



Também te direi a Deus



 



Terra, Terra morrendo de fome



Pedras secas, folhas bravas



Ai quem te pôs esse nome



Soledad, soledad



Sabia o que são palavras...



 



Antes que o sol se vá



Como um gesto de agonia



Cairás dos olhos meus



Soledad



 



Indiazinha, Indiazinha tão sentada



Na cinza do chão deserta



Que pensas, não pensas nada



Soledad, soledad



Que a vida é toda secreta



 



Como estrela



Como estrela nestas cinzas



Antes que o sol se vá



Nem depois não virá Deus



Soledad, soledad



 



Nem depois não virá Deus



Pois só ele explicaria



A quem teu destino serve



Sem mágoa nem alegria



Um coração tão breve



Também te direi adeus



Soledad, soledad



 



7) Valentim – Ana Moura & Bonga (As Vozes do Fado - 2015)



      Autores: Cancioneiro popular



 



Adeus casa de meu pai, adeus largo do quinteiro



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



Adeus mocidade nova, adeus tempo de solteiro



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



No tempo das desfolhadas, lá na aldeia era um regalo



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



Era o tempo em que eu chegava a casa ao cantar do galo



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



Adeus casa de meu pai, adeus quarto da palhada



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



Era a cama onde eu dormia, ao chegar de madrugada



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



Adeus pau de marmeleiro, se ele falasse dizia



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



As pancadas que me deu, quando eu chegava ao ser dia



Quero o Valentim Olaró laró. Quero o Valentim Olaró meu bem



 



Adeus também ao meu pai, adeus vida de solteiro



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



Agora é que eu reconheço o valor do marmeleiro



Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem



 



8) Lisboa não sejas francesa – António Zambujo & Mayra Andrade



(As Vozes do Fado - 2015)



Autores: José Galhardo / Raul Ferrão



 



Não namores os franceses



Menina, Lisboa,



Portugal é meigo às vezes



Mas certas coisas não perdoa



 



Vê-te bem no espelho



Desse honrado velho



Que o seu belo exemplo atrai



Vai, segue o seu leal conselho



Não dês desgostos ao teu pai



 



Lisboa não sejas francesa



Com toda a certeza



Não vais ser feliz



 



Lisboa, que ideia daninha



Vaidosa, alfacinha,



Casar com Paris



 



Lisboa, tens cá namorados



Que dizem, coitados,



Com as almas na voz



 



Lisboa, não sejas francesa



Tu és portuguesa



Tu és só pra nós



 



Tens amor às lindas fardas



Menina, Lisboa,



Vê lá bem pra quem te guardas



Donzela sem recato, enjoa



 



Tens aí tenentes,



Bravos e valentes,



Nados e criados cá,



Vá, tenha modos mais decentes



Menina caprichosa e má



 



 



9) Naufrágio – Carminho & Caetano Veloso (As Vozes do Fado - 2015)



Autores: Alain Oulman / Cecília Meireles



 



Pus o meu Sonho no navio



E o navio em cima do Mar



Depois abri o Mar com as mãos (com as mãos)



Para o meu sonho naufragar



 



Minhas mãos ainda estão molhadas



Do azul, (do azul) das ondas entreabertas



E a cor que escorre dos meus dedos



Colore as areias desertas



 



O vento vem vindo de longe



A noite se curva de frio



Debaixo d'água vai morrendo



Meu sonho (vai morrendo) dentro do navio



 



Chorarei, quanto for preciso



Para fazer (para fazer) com que o mar cresça



E o meu navio chegue ao fundo



E o meu sonho desapareça



 



Depois tudo estará perfeito



Praia lisa, águas ordenadas



Meus olhos secos como pedras



E as minhas duas mãos quebradas



 



10) Faz-me pena – Celeste Rodrigues (As Vozes do Fado - 2015)



      Autores: Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves



 



Que culpa tem o destino



Deste destino que eu tenho



Se o desgosto é pequenino



Eu aumento-lhe o tamanho



É meu destino



Se o desgosto é pequenino



Eu aumento-lhe o tamanho



 



Se o desespero matasse



Eu já teria morrido



Talvez alguém me chorasse



Talvez o tenha merecido



Talvez alguém



Talvez alguém me chorasse



Talvez o tenha merecido



 



Sinto que cheguei ao fim



Das ilusões que não tive



Mas se alguém gosta de mim



Algo de mim sobrevive



Cheguei ao fim



Mas se alguém gosta de mim



Algo de mim sobrevive



 



Adeus que chegou a hora



Há muito a venho esperando



E se por mim ninguém chora



Faz-me pena e vou chorando



Já vou embora



E se por mim ninguém chora



Faz-me pena e vou chorando



 



11) Flor de Maracujá – Stereossauro [Feat. Camané] (Ponte do Bairro - 2019)



      Autores: Capicua – Stereossauro



 



Vou cantar como quem despe



Cantar como quem cospe



Como alcanço a mão na queda



Como mordo o pão da fome



 



Vou cantar como quem serve



Cantar como quem sofre



Como sorvo o ar da fresta



Como murmuro o teu nome



 



Vou cantar como quem perde



Cantar como quem sabe



Como peço o céu na sede



Cantar como quem arde



 



Eu ofereço a minha voz



Flor que se dá



Estranha e bela



Como a do maracujá



 



Eu ofereço a minha voz



Flor que se dá



Estranha e bela



Como a do maracujá



 



Eu ofereço a minha voz



Flor que se dá



Estranha e bela



Como a do maracujá



 



Estranha e bela



Como a do maracujá



 



Estranha e bela



Estranha e bela



 



12) Povo que lavas no rio – Amália Rodrigues (Coliseu 1987 - 2017)



      Autores: Pedro Homem de Melo / Joaquim Campos



 



Povo que lavas no rio



E talhas com teu machado



As tábuas do meu caixão



Pode haver quem te defenda



Quem compre o teu chão sagrado



Mas a tua vida não



 



Fui ter à mesa redonda



Beber em malga que esconda



O beijo, de mão em mão



Era o vinho que me deste



Água pura, fruto agreste



Mas a tua vida não



 



Aromas de urze e de lama



Dormi com eles na cama



Tive a mesma condição



Povo, povo, eu te pertenço



Deste-me alturas de incenso



Mas a tua vida não



 



Povo que lavas no rio



E talhas com teu machado



As tábuas do meu caixão



Pode haver quem te defenda



Quem compre o teu chão sagrado



Mas a tua vida não


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