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Episódio 13: Cai neve em Nova York e O mundo é um moinho

O décimo-terceiro episódio de “História das Canções” traz uma junção inusitada de dois “cantautores” da língua portuguesa: o ribatejano (região de Portugal) José Cid e o carioca Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola.



Trata-se de dois registros autobiográficos, com referências muito pessoais, e que ganharam regravações diversas ao longo do tempo.



Inicialmente, temos “Cai neve em Nova York”, composta por José Cid em 1988, e as leituras de Fita Cola, Amor Electro, Olavo Bilac e Amaura.



Fechamos com “O mundo é um moinho”, composta por Cartola em 1943 e lançada em disco em 1976. Você vai ouvir algumas leituras icônicas desta canção, como as de Cazuza, Ney Matogrosso,  Quinteto Fina Flor, Beth Carvalho, Gavi, Jesuton e Gisela João.



 















Cai neve em Nova York (José Cid)



O mundo é um moinho (Cartola)



A neve cai tapando as ruas



Num manto colorido cor marfim



Eu sigo só na multidão



Para descobrir o homem que há em mim



 



Deixei para trás a vida cheia de loucura



Fechei a porta onde não mais quero entrar



Ando ao acaso pelas ruas da cidade



Assobiando, mãos nos bolsos a sonhar



 



Cai neve em Nova Iorque



Há sol no meu país



Faz-me falta Lisboa



Para me sentir feliz



 



Não há mais pôr do sol



Em Sunset Boulevard



Cai neve em Nova Iorque



Ninguém vai-me encontrar



 



E foi assim que na 42nd Street



Alguém me chama e oferece um cigarrinho



Muito obrigado, amigo, não



Não vou fumar



 



Em Lisboa deixei esse caminho



Deixei para trás a vida cheia de loucura



Fechei a porta onde não mais quero entrar (...)



Ainda é cedo, amor



Mal começaste a conhecer a vida



Já anuncias a hora de partida



Sem saber mesmo o rumo que irás tomar



 



Presta atenção, querida



Embora eu saiba que estás resolvida



Em cada esquina cai um pouco tua vida



Em pouco tempo não serás mais o que és



 



Ouça-me bem, amor



Preste atenção, o mundo é um moinho



Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho



Vai reduzir as ilusões a pó



 



Presta atenção, querida



De cada amor, tu herdarás só o cinismo



Quando notares, estás à beira do abismo



Abismo que cavaste com teus pés



 




 



 


Áudio