Acima, a chamada para o Programa 8.
Pesquisa: Maria Júlia Franco de Souza e Beatriz Macedo Souza
1) Escrevi teu nome no vento – Carminho (Original CD Fado – 2009; Jazz in Fado 2017)
Autores: Jorge Rosa / Raul Ferrão
Escrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia
Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia
Ao vê-lo seguir envolto
Na poeira do caminho
Julguei meu coração solto
Dos elos do teu carinho
Em vez de ir longe levá-lo
Longe, onde o tempo o desfaça
Fica contente a gritá-lo
Onde passa e a quem passa
Pobre de mim, não pensava
Que tal e qual como eu
O vento se apaixonava
Por esse nome que é teu
E quando o vento se agita
Agita-se o meu tormento
Quero esquecer-te, acredita
Mas cada vez há mais vento
2) Meu amor marinheiro – Carminho (CD Fado – 2009)
Autores: Joaquim Pimentel / António Campos
Tenho ciúmes
Das verdes ondas do mar
Que teimam em querer beijar
Teu corpo erguido às marés
Tenho ciúmes
Do vento que me atraiçoa
Que vem beijar-te na proa
E morre pelo convés
Tenho ciúmes
Do luar da lua cheia
Que no teu corpo se enleia
Para contigo ir bailar
Tenho ciúmes
Das ondas que se levantam
E das sereias que cantam
Que cantam pra te encantar
Ó, meu amor marinheiro
Ó, dono dos meus anelos
Não deixes que à noite a lua
Roube a cor aos teus cabelos
Não olhes para as estrelas
Porque elas podem roubar
O verde que há nos teus olhos
Teus olhos, da cor do mar
3) Por que voltas de que lei – Cuca Roseta (CD Cuca Roseta – 2011)
Autores: Amália Rodrigues / Mário Pacheco
Por que voltas de que lei
Vem este sentir profundo
Por te saber como sei
Me sinto dona do mundo
Por que espada de que rei
Meu amor é fogo posto
És tanto de quanto amei
Que és tudo de quanto gosto
Por este amor que te tenho
Por ser assim como sou
És inferno donde venho
És o céu para onde vou
Por que voltas de que lei
És tudo de quanto gosto
Me perdi e me encontrei
Nas voltas que tem teu rosto
Por que voltas de que rei
Em meu peito teu desenho
És tanto de quanto amei
Que és todo o mundo que tenho
E de tão rica que estou
Nunca tão pobre fiquei
Por ser assim como sou
E te saber como sei
4) Quem és tu afinal – Cuca Roseta (CD Cuca Roseta – 2011)
Autores: Cuca Roseta / Fado Menor
Seus olhos branco e cal
Rascunho ou pintura
Quem és tu afinal?
Destino? Ou ventura?
De mãos em vão nudez
Deslizar nos dedos
Enleio em timidez
Desposar segredos
Enleio em timidez
Desposar segredos
Seus olhos verde e cal
Desenho ou tortura!
Quem és tu afinal?
Receios... Ternura
Quem és tu afinal?
Receios... Ternura
Baixinho a cada noite
De novo e devagar
És meu ao abraçar-te
Tão meu!... Sonhar!!
És meu ao abraçar-te
Tão meu!... Sonhar!!
Baixinho a cada noite
De novo e devagar
És meu ao abraçar-te
Tão meu!... Sonhar!!
És meu ao abraçar-te
Tão meu!... Sonhar!!
5) Lágrimas do céu – Carminho (CD Alma 2012)
Autores: Carlos Conde / Alfredo Marceneiro
Quando eu canto e a chuva cai
Uma nuvem de incerteza
Paira em mim de quando em quando
Cada gota lembra um ai
A rimar com a tristeza
Dos versos que vou cantando
E na doce melodia
De que o fado se reveste
Quando o meu olhar embaça
Vejo a estranha melodia
Da chuva que o vento agreste
Faz murmurar na vidraça
Então dou no meu lamento
Ao fado que me prendeu
Rimas tristes pobrezinhas
Cai a chuva, geme o vento
São as lágrimas do céu
Que fazem brotar as minhas
6) Disse-te adeus – Carminho (CD Alma – 2012 – Versão portuguesa)
Autores: Autores: Manuela de Freitas / Raul Pinto
Disse-te Adeus, não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada
Sorrimos à despedida
Como quem sabe que a vida
É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um pelo outro a ninguém
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um pelo outro a ninguém
Que memória ou que saudade
Contará toda a verdade
Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
7) Rua do Capelão – Cuca Roseta (CD Cuca Roseta – 2011)
Autores: Frederico de Freitas/ Julio Dantas
Ó rua do capelão
Juncada de Rosmaninho
Se o meu amor vier cedinho
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho
Tenho o destino marcado
Desde a hora em que te vi
Ó meu cigano adorado
Viver abraçada ao Fado
Morrer abraçada a ti!
8) Fado da Essência – Cuca Roseta (CD Raiz – 2013)
Autora: Cuca Roseta
Fado da essência
Que comanda a vida
Na alma de quem canta a essência contida
Fado é natureza
O azul do mar
Do céu a beleza que nós faz sonhar
Fado é luz
Sobre a nuvem mansa
9) Saia rodada – Carminho (CD Canto – 2014)
Autores: Diogo Clemente / Valter Rolo
Vesti a saia rodada
Pra apimentar a chegada do meu amor
No mural postei as bodas,
Rezei nas capelas todas pelo meu amor
Vem lá de longe da cidade e tem
Os olhos rasos de saudade em mim
E eu mando-lhe beijos e recados em retratos meus
Pensa em casar no fim do verão que vem,
Antes pudesse o verão não mais ter fim
Que eu estou tão nervosa com esta coisa do casar, meu Deus
Por tantas vezes pensei eu também
Sair daqui atrás dos braços seus
De cabeça ao vento e a duvidar o que faz ele por lá.
São os ciúmes que a saudade tem
E se aos ciúmes eu já disse adeus
Hoje mato inteiras as saudades que o rapaz me dá
10) Andorinha – Carminho (CD Canto – 2014)
Autora: Carminho
Andorinha que foges do meu beiral
Logo vejo que afinal
Não há primavera em mim
Oh, andorinha, por que de tanta viagem
Por que não fazes paragem
No meu outono sem fim
Andorinha
Talvez tu tenhas razão
O que refaz o coração
É a memória das flores
Andorinha, dás-me a ideia que o passado
Não é útil nem amado
Por quem só viaja assim
Oh, andorinha, sabes bem que já é tarde
E o buscar a eternidade
Tal como ela, não tem fim
11) Verdes são os campos – Cuca Roseta (CD Rîu – 2015)
Autores: Luis de Camões / José Afonso
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
12) Tanto – Cuca Roseta (CD Rîu – 2015)
Autora: Cuca Roseta
Onde andavas
Meu amor
Esperei tanto por ti
Chorei tanto
Por um bem maior
Vivi tanto
Para chegar aqui
Tanto, tanto
Que não sabia
Se era fantasia
Desde sempre que acreditei
Conhecer o amor um dia
Mas na verdade
Nunca pensei
Que o meu amor existia
Tanto, tanto
Que acreditei
Que entretanto já não sabia
Se esse tanto
Que tanto juntei
Era amor ou fantasia
Fui viver
Caminhos errados
Eu errei
Meu amor como errei
Hoje são
São erros passados
De tanto te errar
Acertei
Tanto, tanto
Que não sabia
Se era fantasia
13) Pop Fado – Carminho (CD Maria)
Autores: César Oliveira / Fernando Carvalho
O fado, que é democrata,
Mudou agora de estilo
Pegou-se à arte abstrata
Em concordata com tudo aquilo
Deixou-se da vadiagem
E é todo intelectualizado
Quis aprender a linguagem
E a mensagem do pop fado
Ó, pá!
Pop agora pro fado é popular
Topa o “pas” o xarope do pop
Pop a “toi” a galope com o pop
Ó, pá!
Estão-se nas pop tintas os poplintras
São mais popistas que o fado
Popularizado, popesticado
Pop estarim populista
Popfadista sem rei nem pop
Arranjou novos modelos
Para atrair os mirones
Remendos com os cotovelos
E os cabelos à Rolling Stones
Existem-se há uns em diversos
Rimas de nobres sentidos
Uns têm os trinados dispersos
Com estes versos muito atrevidos
Ó, pá!
Pop agora pro fado é popular
Topa o “pas” o xarope do pop
Pop a “toi” a galope com o pop
Ó, pá!
14) Luzinha – Cuca Roseta (CD Luz – 2017)
Autores: Pedro da Silva Martins / Luís José Martins
Há uma luzinha que brilha no teu sorriso
Luz que ilumina tudo o que está escurecido
Andei na penumbra, tropecei a cada passo
E numa noite escura vi a cor ao teu abraço
Oh cara, carinha
Não te deixes ensombrar
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Em cada tristeza e em cada solidão
Há sempre acesa uma luz na escuridão
Só quem se detém é que vê o seu brilhar
Dessa luz que tem cada um para mostrar
Oh cara, carinha
Não te deixes ensombrar
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Há noite não falha essa luz vira tição
E deve ser de palha por dentro meu coração
E se houve alturas em que não me quis queimar
Esta noite escura já não consigo evitar
Oh cara, carinha
Não te deixes ensombrar,
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Oh cara, carinha
Não te deixes ensombrar,
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Ri-te e vem ver o sol brilhar