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Episódio 13: Cai neve em Nova York e O mundo é um moinho

publicado em 10/08/2024

O décimo-terceiro episódio de “História das Canções” traz uma junção inusitada de dois “cantautores” da língua portuguesa: o ribatejano (região de Portugal) José Cid e o carioca Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola.

Trata-se de dois registros autobiográficos, com referências muito pessoais, e que ganharam regravações diversas ao longo do tempo.

Inicialmente, temos “Cai neve em Nova York”, composta por José Cid em 1988, e as leituras de Fita Cola, Amor Electro, Olavo Bilac e Amaura.

Fechamos com “O mundo é um moinho”, composta por Cartola em 1943 e lançada em disco em 1976. Você vai ouvir algumas leituras icônicas desta canção, como as de Cazuza, Ney Matogrosso,  Quinteto Fina Flor, Beth Carvalho, Gavi, Jesuton e Gisela João.

 

Cai neve em Nova York (José Cid)

O mundo é um moinho (Cartola)

A neve cai tapando as ruas

Num manto colorido cor marfim

Eu sigo só na multidão

Para descobrir o homem que há em mim

 

Deixei para trás a vida cheia de loucura

Fechei a porta onde não mais quero entrar

Ando ao acaso pelas ruas da cidade

Assobiando, mãos nos bolsos a sonhar

 

Cai neve em Nova Iorque

Há sol no meu país

Faz-me falta Lisboa

Para me sentir feliz

 

Não há mais pôr do sol

Em Sunset Boulevard

Cai neve em Nova Iorque

Ninguém vai-me encontrar

 

E foi assim que na 42nd Street

Alguém me chama e oferece um cigarrinho

Muito obrigado, amigo, não

Não vou fumar

 

Em Lisboa deixei esse caminho

Deixei para trás a vida cheia de loucura

Fechei a porta onde não mais quero entrar (...)

Ainda é cedo, amor

Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora de partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

 

Presta atenção, querida

Embora eu saiba que estás resolvida

Em cada esquina cai um pouco tua vida

Em pouco tempo não serás mais o que és

 

Ouça-me bem, amor

Preste atenção, o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho

Vai reduzir as ilusões a pó

 

Presta atenção, querida

De cada amor, tu herdarás só o cinismo

Quando notares, estás à beira do abismo

Abismo que cavaste com teus pés

 

 

 

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