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Programa 15: As homenagens a Amália Rodrigues - Letras

publicado em 25/03/2019

Acima, a chamada para o Programa 15.

 

Pesquisa: Maria Júlia Franco de Souza e Beatriz Macedo Souza

 

1) Amor de mel, amor de fel – V Império (Tribute to Amália - 2004)

      Autores: Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves

 

Tenho um amor que não posso confessar

Mas posso chorar

Amor pecado, amor de amor

Amor de mel, amor de flor

Amor de fel, amor maior, amor amado

 

Tenho um amor, amor de dor, amor maior

Amor chorado em tom menor

Em tom menor maior o fado

 

Choro a chorar tornando maior o mar

Não posso deixar de amar o meu amor em pecado

 

Fui andorinha que chegou na primavera

Eu era quem era

Amor pecado, amor de amor

Amor de mel, amor de flor

Amor de fel, amor maior, amor amado

 

Tenho um amor, amor de dor, amor maior

Amor chorado em tom menor

Em tom menor maior o fado

Choro a chorar tornando maior o mar

Não posso deixar de amar o meu amor em pecado

 

Fado maior, cantado em tom de menor

Chorando um amor de dor

Dor de um bem e mal amado

 

2) Ai, Maria – Ciganos d’ouro (Tribute to Amália - 2004)

      Autores: Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves

 

Que bonita é a Maria, que bonita

Que graça a Maria tem

Como ela no cabelo põe a fita

Como ela, não a sabe pôr ninguém;

Tão bonita no cabelo aquela fita!

 

Mal morre a noite

Ainda não nasceu o dia

Já da fonte vem Maria

Lá vem Maria

Lata d'água na cabeça

Ai, Maria! Ai, Maria!

 

Quando desce, mal a manhã se avizinha

Mil olhos a vão seguindo;

Quando sobe, quase fechada a tardinha

De mil bocas a Maria vai ouvindo:

"Pobrezinha, mas tem porte de rainha!"

 

3) Cansaço (Versão Fantástica) –  Bulllet Feat. Liana (Amália Revisited - 2005)

      Autores: Luís Macedo / Joaquim Campos

 

Por trás do espelho quem está

De olhos fixados nos meus

Alguém que passou por cá

E seguiu ao Deus dará

Deixando os olhos nos meus

 

Quem dorme na minha cama

E tenta sonhar meus sonhos

Alguém morreu nesta cama

E lá de longe me chama

Misturada nos meus sonhos

 

Tudo o que faço ou não faço

Outros fizeram assim;

Daí este meu cansaço

De sentir que quanto faço

Não é feito só por mim

 

4) Medo - João Pedro Coimbra (feat. Ana Deus) (Amália Revisited - 2005)

      Autores: Reinaldo Ferreira / Alain Oulman

 

Quem dorme á noite comigo é meu segredo

Mas se insistirem lhes digo

O medo mora comigo

Mas só o medo

 

É cedo porque me embala

Num vai-vém de solidão

Com voz de móvel que estala

E me tortura a razão

 

Gritar: quem pode salvar-me

Do que está dentro de mim;

Gostava até de matar-me

Mas eu sei que ele há-de esperar-me

Ao pé da ponte do fim

 

5) Gaivota – Amália Hoje (Amália Hoje - 2009)

      Autor: Alain Oulman / Alexandre O'Neill

 

Se uma gaivota viesse

trazer-me o céu de Lisboa

no desenho que fizesse,

nesse céu onde o olhar

é uma asa que não voa,

esmorece e cai no mar.

 

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

 

Se um português marinheiro,

dos sete mares andarilho,

fosse quem sabe o primeiro

a contar-me o que inventasse,

se um olhar de novo brilho

no meu olhar se enlaçasse.

 

Que perfeito coração

morreria no meu peito,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde perfeito

bateu o meu coração.

 

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

(3x)

 

6) Soledad – Amália Hoje (Amália Hoje - 2009)

       Autores: Alain Oulman / Cecília Meireles

 

Soledad

Antes que o sol se vá

Como um pássaro perdido

Também te direi adeus

Soledad, soledad

Também te direi a Deus

 

Terra, Terra morrendo de fome

Pedras secas, folhas bravas

Ai quem te pôs esse nome

Soledad, soledad

Sabia o que são palavras...

 

Antes que o sol se vá

Como um gesto de agonia

Cairás dos olhos meus

Soledad

 

Indiazinha, Indiazinha tão sentada

Na cinza do chão deserta

Que pensas, não pensas nada

Soledad, soledad

Que a vida é toda secreta

 

Como estrela

Como estrela nestas cinzas

Antes que o sol se vá

Nem depois não virá Deus

Soledad, soledad

 

Nem depois não virá Deus

Pois só ele explicaria

A quem teu destino serve

Sem mágoa nem alegria

Um coração tão breve

Também te direi adeus

Soledad, soledad

 

7) Valentim – Ana Moura & Bonga (As Vozes do Fado - 2015)

      Autores: Cancioneiro popular

 

Adeus casa de meu pai, adeus largo do quinteiro

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

Adeus mocidade nova, adeus tempo de solteiro

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

No tempo das desfolhadas, lá na aldeia era um regalo

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

Era o tempo em que eu chegava a casa ao cantar do galo

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

Adeus casa de meu pai, adeus quarto da palhada

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

Era a cama onde eu dormia, ao chegar de madrugada

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

Adeus pau de marmeleiro, se ele falasse dizia

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

As pancadas que me deu, quando eu chegava ao ser dia

Quero o Valentim Olaró laró. Quero o Valentim Olaró meu bem

 

Adeus também ao meu pai, adeus vida de solteiro

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

Agora é que eu reconheço o valor do marmeleiro

Quero o Valentim, olaró laró. Quero o Valentim, olaró meu bem

 

8) Lisboa não sejas francesa – António Zambujo & Mayra Andrade

(As Vozes do Fado - 2015)

Autores: José Galhardo / Raul Ferrão

 

Não namores os franceses

Menina, Lisboa,

Portugal é meigo às vezes

Mas certas coisas não perdoa

 

Vê-te bem no espelho

Desse honrado velho

Que o seu belo exemplo atrai

Vai, segue o seu leal conselho

Não dês desgostos ao teu pai

 

Lisboa não sejas francesa

Com toda a certeza

Não vais ser feliz

 

Lisboa, que ideia daninha

Vaidosa, alfacinha,

Casar com Paris

 

Lisboa, tens cá namorados

Que dizem, coitados,

Com as almas na voz

 

Lisboa, não sejas francesa

Tu és portuguesa

Tu és só pra nós

 

Tens amor às lindas fardas

Menina, Lisboa,

Vê lá bem pra quem te guardas

Donzela sem recato, enjoa

 

Tens aí tenentes,

Bravos e valentes,

Nados e criados cá,

Vá, tenha modos mais decentes

Menina caprichosa e má

 

 

9) Naufrágio – Carminho & Caetano Veloso (As Vozes do Fado - 2015)

Autores: Alain Oulman / Cecília Meireles

 

Pus o meu Sonho no navio

E o navio em cima do Mar

Depois abri o Mar com as mãos (com as mãos)

Para o meu sonho naufragar

 

Minhas mãos ainda estão molhadas

Do azul, (do azul) das ondas entreabertas

E a cor que escorre dos meus dedos

Colore as areias desertas

 

O vento vem vindo de longe

A noite se curva de frio

Debaixo d'água vai morrendo

Meu sonho (vai morrendo) dentro do navio

 

Chorarei, quanto for preciso

Para fazer (para fazer) com que o mar cresça

E o meu navio chegue ao fundo

E o meu sonho desapareça

 

Depois tudo estará perfeito

Praia lisa, águas ordenadas

Meus olhos secos como pedras

E as minhas duas mãos quebradas

 

10) Faz-me pena – Celeste Rodrigues (As Vozes do Fado - 2015)

      Autores: Amália Rodrigues / Carlos Gonçalves

 

Que culpa tem o destino

Deste destino que eu tenho

Se o desgosto é pequenino

Eu aumento-lhe o tamanho

É meu destino

Se o desgosto é pequenino

Eu aumento-lhe o tamanho

 

Se o desespero matasse

Eu já teria morrido

Talvez alguém me chorasse

Talvez o tenha merecido

Talvez alguém

Talvez alguém me chorasse

Talvez o tenha merecido

 

Sinto que cheguei ao fim

Das ilusões que não tive

Mas se alguém gosta de mim

Algo de mim sobrevive

Cheguei ao fim

Mas se alguém gosta de mim

Algo de mim sobrevive

 

Adeus que chegou a hora

Há muito a venho esperando

E se por mim ninguém chora

Faz-me pena e vou chorando

Já vou embora

E se por mim ninguém chora

Faz-me pena e vou chorando

 

11) Flor de Maracujá – Stereossauro [Feat. Camané] (Ponte do Bairro - 2019)

      Autores: Capicua – Stereossauro

 

Vou cantar como quem despe

Cantar como quem cospe

Como alcanço a mão na queda

Como mordo o pão da fome

 

Vou cantar como quem serve

Cantar como quem sofre

Como sorvo o ar da fresta

Como murmuro o teu nome

 

Vou cantar como quem perde

Cantar como quem sabe

Como peço o céu na sede

Cantar como quem arde

 

Eu ofereço a minha voz

Flor que se dá

Estranha e bela

Como a do maracujá

 

Eu ofereço a minha voz

Flor que se dá

Estranha e bela

Como a do maracujá

 

Eu ofereço a minha voz

Flor que se dá

Estranha e bela

Como a do maracujá

 

Estranha e bela

Como a do maracujá

 

Estranha e bela

Estranha e bela

 

12) Povo que lavas no rio – Amália Rodrigues (Coliseu 1987 - 2017)

      Autores: Pedro Homem de Melo / Joaquim Campos

 

Povo que lavas no rio

E talhas com teu machado

As tábuas do meu caixão

Pode haver quem te defenda

Quem compre o teu chão sagrado

Mas a tua vida não

 

Fui ter à mesa redonda

Beber em malga que esconda

O beijo, de mão em mão

Era o vinho que me deste

Água pura, fruto agreste

Mas a tua vida não

 

Aromas de urze e de lama

Dormi com eles na cama

Tive a mesma condição

Povo, povo, eu te pertenço

Deste-me alturas de incenso

Mas a tua vida não

 

Povo que lavas no rio

E talhas com teu machado

As tábuas do meu caixão

Pode haver quem te defenda

Quem compre o teu chão sagrado

Mas a tua vida não

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